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Projeto Barraginhas está ajudando a combater a seca

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Em uma fazenda de agricultura regenerativa em Itu (cerca de 100km da capital, São Paulo), um conjunto de pequenas bacias escavadas no solo está ajudando a transformar o modo como a terra retém e distribui a água da chuva. Chamadas de barraginhas, essas estruturas simples funcionam como mini represas temporárias que freiam o escoamento superficial das águas e favorecem a infiltração no solo benefícios que alcançam córregos locais e o próprio Rio Tietê.

As barraginhas têm formato de meia-lua e são abertas em pontos estratégicos do terreno, geralmente em áreas de declive – como se fosse uma ampliação das curvas de nível. O resultado é um aumento na recarga de aquíferos e uma redução da erosão. Cada uma é escavada de modo a acumular parte da água que escorreria livremente após uma chuva intensa. Em vez de seguir seu curso e carregar sedimentos para os leitos dos rios, a água fica retida por algumas horas ou dias, infiltrando-se aos poucos e abastecendo lençóis freáticos.

O conceito foi desenvolvido no final do século XX por pesquisadores brasileiros da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), visando o controle da erosão e a convivência com o semiárido. Desde então, a técnica se espalhou por várias regiões do país e passou a ser aplicada em propriedades agrícolas de diferentes portes, especialmente em áreas com histórico de degradação do solo.

Na fazenda de Itu, o sistema de barraginhas integra uma estratégia mais ampla de agricultura regenerativa. O objetivo é restaurar a fertilidade natural do solo, reequilibrar o ciclo da água e captar carbono atmosférico, promovendo biodiversidade e produtividade. Desde seu início, o projeto já realizou o plantio de 200 mil mudas nativas e frutíferas em 142 hectares — uma área equivalente a 200 campos de futebol.

As metas são ambiciosas: chegar a 800 hectares de agrofloresta até 2030, combinar espécies da Mata Atlântica com cultivos comerciais e gerar cerca de 120 empregos diretos no campo. De acordo com estimativas, as ações podem evitar R$ 53 milhões em gastos com emissões evitadas e contribuir para remover 500 mil toneladas de carbono da atmosfera em 25 anos. Só em 2025, a expectativa é reduzir 9,6 mil toneladas de CO₂, das quais 2,5 mil derivadas do cultivo de citros em sistema regenerativo.

Outras propriedades rurais e projetos de conservação vêm adotando barraginhas como aliadas na recuperação de nascentes e áreas degradadas. Em estados como Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso do Sul, elas são empregadas com sucesso em programas de revitalização de bacias hidrográficas, integrando práticas como terraceamento, plantio direto e sistemas agroflorestais.

No Espírito Santo a secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Seama), informa que a instalação de barraginhas é extremamente simples e inteligente e tem dado ótimos resultados. “Basta manipular o solo com algumas escavações, numa espécie de micro barragem e respeitando as condições técnicas, e aproveitar as chuvas para fazer o seu papel natural. Com isso, ajuda a resolver um problema histórico no uso intensivo dos nossos solos. E tem mais: o projeto é sustentável, barato e extremamente eficaz. Precisamos ter mais municípios incorporando esta inovação”, incentivou o secretário, Fabrício Machado.

Mais do que obras hidráulicas, as barraginhas simbolizam uma mudança na relação com a terra — uma técnica tecnológica e ecológica ao mesmo tempo, que alia tradição, ciência e regeneração ambiental.

Fonte: Pensar Agro

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Vassoura-de-bruxa avança e ameaça a mandioca em dez municípios do Amapá

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O Ministério da Agricultura e Pecuária está coordenando uma força-tarefa integrada com órgãos estaduais e federais, destinando mais de R$ 2,2 milhões em recursos emergenciais para conter a vassoura-de-bruxa da mandioca, uma doença causada pelo fungo Ceratobasidium theobromae, se espalhou rapidamente e já afeta ao menos dez municípios no estado do Amapá.

Nas cidades de Oiapoque, Calçoene, Amapá, Pedra Branca do Amapari, Porto Grande, Pracuúba e Tartarugalzinho, a situação de emergência foi reconhecida oficialmente pelo governo federal, abrindo caminho para a liberação de recursos e apoio direto aos produtores atingidos.​

A mandioca é base da alimentação e fonte de renda de milhares de famílias, incluindo comunidades indígenas. A praga compromete a produtividade das lavouras e altera a qualidade do produto, impactando diretamente a segurança alimentar e o abastecimento local. O aspecto das plantas contaminadas — folhas amareladas, brotação atípica, raízes apodrecidas — é sinal de perdas que em algumas roças já são totais.

A defesa sanitária está distribuição de mudas sadias e dando apoio à comercialização, para garantir renda e abastecimento, além disso foram flexibilizadas regras sobre a venda e processamento da mandioca e da farinha, permitindo que pequenos produtores comercializem diretamente e realizem o beneficiamento nas comunidades rurais.​

A Embrapa trabalha no desenvolvimento de variedades tolerantes à doença. Enquanto não há solução definitiva, cartilhas educativas orientam sobre prevenção da disseminação, incluindo cuidados com as ferramentas e protocolos de higiene rural. Iniciativas como o treinamento de agentes ambientais indígenas ajudam a levar as práticas de combate do fungo às aldeias mais isoladas, onde o acesso à assistência técnica é limitado.​

O cenário é de atenção e mobilização, já que não há, até o momento, variedade resistente ou tratamento curativo disponível. Para muitos agricultores, perder a mandioca é perder sua principal fonte de sustento, afetando não só a produção, mas toda a estrutura social e alimentar da região. O sucesso da resposta depende da continuidade dos investimentos, ações conjuntas e da chegada rápida de alternativas seguras às áreas mais isoladas, fundamentais para garantir alimento e renda às famílias do Amapá.

Fonte: Pensar Agro

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