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Em reunião na ALEMS, pesquisadores criticam a PEC 02/2024 e pedem mais recurso à Fundect

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O Projeto de Emenda Constitucional 02/2024, que altera dispositivos constitucionais relativos à Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia do Estado de Mato Grosso do Sul (Fundect), foi debatido na tarde desta quinta-feira (12) em reunião pública realizada no plenarinho da Assembleia Legislativa. Proposto pela deputada estadual Gleice Jane (PT), o encontro contou com a presença da deputada federal Camila Jara (PT) e de representantes da comunidade científica, que se posicionaram contrariamente à proposta e defenderam aumento do recurso à Fundação, de 0,5% para 1% da receita tributária.

A proposta, entre outras modificações, apresenta novo texto para o artigo 42 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias da Constituição Estadual e acrescenta o artigo 42-A Na redação atual, é previsto que o Estado destine à Fundect, “o mínimo de meio por cento receita tributária, em parcelas mensais correspondentes a um doze avos, para aplicação em desenvolvimento científico e tecnológico”.

As mudanças trazidas na redação proposta são, no artigo 42, da nomenclatura da Fundect, que passaria a se chamar “Fundação de Amparo ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia do Estado de Mato Grosso do Sul”. Também acrescenta o artigo 42-A, que estabelece a destinação pelo Poder Executivo Estadual de, “no mínimo, 0,5% da sua receita tributária, para aplicação nas áreas de ciência, de tecnologia e de inovação”.

Essas alterações provocaram manifestações contrárias da comunidade científica de Mato Grosso do Sul, que entende que o novo texto desvincula os repasses à Fundect, não deixando claras as destinações dos recursos. “O artigo 42 [da redação vigente], que trata da criação da Fundect também vincula a destinação de recurso diretamente à Fundação. Nessa nova redação, o recurso deixa de estar vinculado à Fundect”, resumiu a deputada Gleice Jane.


Pesquisadores e outras autoridades participaram da reunião pública

(Foto: Aline Kraemer)

A parlamentar também analisou que o percentual de repasse permanece, no novo texto, o mesmo, mas o problema está na destinação dos recursos e outros critérios. “No texto inicial, havia uma previsão de 0,5% para a Fundect. No texto atual, continua essa previsão, mas não há definição de quem tem o direito, como será distribuído, qual secretaria ficará responsável, como seria gasto esse recurso”, observou.

Em comum, os pesquisadores defenderam o fortalecimento da Fundect, inclusive com o aumento do repasse à Fundação de 0,5% para 1% da receita tributária estadual. E, nesse sentido, criticaram a PEC 02/2024 que, conforme os participantes, enfraquece a Fundect. “A falta da garantia de um orçamento para a Fundect pode representar um desmonte de uma Fundação que tem se dedicado tantos anos ao apoio à ciência, à inovação e tem atuado em diferentes frentes, em diferentes áreas”, afirmou a pró-reitora de Ensino e Pós-graduação e Pesquisa, professora Dra. Seila Rojas de Souza. “Nós entendemos que o texto da PEC, tal como está, pode não contemplar orçamento para a Fundect. E isso enfraquece o nosso Estado. E não há nação que se desenvolva sem ciência e sem tecnologia”, completou.

A deputada federal Camila Jara reiterou a importância da ciência e tecnologia e as relacionou com o desenvolvimento. “O Brasil está muito atrás em produtividade. Nós trabalhamos muito, mas produzimos pouco. E qual é o principal índice que impacta sobre a produtividade? A ciência e a tecnologia, exatamente o que estamos discutindo aqui. Se a gente não fortalecer a ciência, a tecnologia, as universidades e as instituições públicas, que são que fazem ciência no país, não vamos construir uma base sólida para o desenvolvimento”, considerou.

Também participaram da reunião a representante do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes), professora Dra. Luciana Henrique, o vice-secretário regional da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), professor Dr. Ivo Leite Filho, a representante do Fórum Estadual de Educação, professora Dra. Mariuza Aparecida Guimarães, o representante do Sindicato dos Docentes da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (ADUFMS), Marco Aurélio Stefanes, o representante do Fórum Estadual de Filosofia e Ciências Humanas de Mato Grosso do Sul (FEFICH), professor Dr. Eudes Fernando Leite, entre outras autoridades.

Continuidade dos trabalhos

O assunto será retomado no próximo ano, com a possibilidade de realização de uma audiência pública, conforme proposto pela deputada Gleice Jane com a concordância dos participantes. Ela também afirmou que transformará as questões debatidas na reunião em requerimento ao Governo do Estado. “Fizemos essa reunião no final do ano, porque é importante encerrarmos o ano planejando o próximo”, disse.

Tramitação

Para ser aprovada, a PEC 02/2024 precisa de maioria absoluta qualificada, isto é, dois terços dos parlamentares. Passará por intervalo de dez sessões para que sejam submetidas emendas. E para emendar a PEC, são necessárias oito assinaturas. Além disso, é constituída comissão especial para analisar a proposta.

Serviço

A reunião foi transmitida ao vivo pelos canais oficiais da ALEMS. Confira abaixo o evento na íntegra:

Fonte: Assembleia Legislativa de MS

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Retrospectiva: Meio ambiente, pauta de destaque no trabalho parlamentar em 2024

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O gesto de dois parlamentares de plantar mudas de ipê no dia 5 de junho de 2024, Dia do Meio Ambiente, é simbólico em se tratando de um dos destaques da atuação da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALEMS) no ano passado: o enfrentamento de problemas ambientais e a promoção de um estado mais sustentável.

Apresentação de projetos, aprovação de leis, manifestações de defesa da natureza sul-mato-grossense, sobretudo do bioma do Pantanal, realização de eventos, abertura de espaço para discussão de demandas diversas e debates e encaminhamentos relativos a problemas ambientais estão entre as ações que demonstram o compromisso da ALEMS com o meio ambiente.

No Dia do Meio Ambiente, os deputados Paulo Corrêa (PSDB), 1º Secretário da ALEMS, e Caravina (PSDB) plantaram mudas de ipê roxo como forma de simbolizar a atenção do Parlamento estadual às pautas ambientais. “Este ato tem um simbolismo muito grande. Isso porque a Assembleia Legislativa cumpre a sua missão de proteger o nosso meio ambiente. As leis que aprovamos aqui mostram isso”, afirmou, na ocasião, Paulo Corrêa, acrescentando que o ato atendeu pedido do presidente Gerson Claro (PP) com a concordância dos demais parlamentares.

Em sua simplicidade, esse ato simboliza a atenção que a Casa de Leis tem dado a questões ambientais. Essa preocupação pode ser notada, por exemplo, na realização de reuniões e outros eventos, que possibilitaram debates com atores de segmentos diversos ligados ao meio ambiente. Foram realizados, com temáticas ambientais, três seminários com a iniciativa e a participação da ALEMS: o V Seminário Estadual da Água, no dia 18 de março, o II Seminário Estadual do Leite, em 4 de junho, e o VII Seminário Estadual da Guavira, nos dias 31 de outubro e 1º de novembro.

Além dos que ocorreram nesses eventos, debates e encaminhamentos sobre meio ambiente também tiveram lugar em outros momentos proporcionados pela Casa de Leis. No dia 6 de junho, por exemplo, durante a semana do Dia Mundial do Meio Ambiente, acadêmicos do curso de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) visitaram a ALEMS e apresentaram pontos de atenção ambiental do estado, como a importância do reconhecimento do Chaco como um bioma.

As discussões aconteceram, ainda, em reuniões de comissões e frentes parlamentares. É o caso de reuniões da Comissão Permanente de Desenvolvimento Agrário, Assuntos Indígenas e Quilombolas, como a realizada no dia 26 de junho, quando foram debatidos problemas de comercialização dos produtos da agricultura familiar. Outro exemplo desses momentos foi a reunião, no dia 27 de maio, com representantes do Fórum Nacional de Combate aos Impactos de Agrotóxicos e Transgênico (FNCIAT). Nesse evento, foi debatida proposta de regulamentação da aplicação aérea de agrotóxicos na agricultura de Mato Grosso do Sul.


Acadêmicos de Ciências Biológicas da UFMS em visita à ALEMS

(Foto: Aline Kraemer)

As sessões ordinárias também foram espaço para debates sobre problemas relativos ao meio ambiente. Na sessão do dia 11 de julho, por exemplo, os deputados discutiram a seca e o assoreamento dos rios de Mato Grosso do Sul. Na ocasião, o deputado Pedro Kemp (PT) subiu à tribuna e mostrou fotos dos rios Miranda e Taquari e apresentou dados sobre a redução acentuada do volume das bacias hidrográficas do estado. Entre outros assuntos, as queimadas no Pantanal foram debatidas em ocasiões diversas, como na sessão ordinária do dia 11 de junho.

Leis

Durante 2024, também foram aprovadas pelos parlamentares leis que reforçam, em frentes diversas, a legislação sul-mato-grossense de defesa do meio ambiente. Na relação de normativas, estão, por exemplo, a Lei 6.224/2024, que estabelece o 3 de setembro como o Dia do Biólogo, e a Lei 6.274/2024, que institui o Dia da Agricultura Irrigada, celebrado em 15 de junho.

Os deputados também aprovaram a Lei 6.292/2024, que cria o Dia Estadual de Observação de Aves, comemorado em 28 de abril. Foi, ainda, instituído pela Lei 6.291/2024 o Dia Estadual de Combate ao Tráfico de Animais Silvestres, celebrado, anualmente, em 29 de setembro. Outro exemplo é a aprovação da Lei 6.352/2024, que cria a Semana de Conscientização do Descarte Adequado do Lixo Perfurocortante, realizada na semana em que cai o dia 16 de maio.

Projetos

Além das leis aprovadas, há propostas tramitando no Parlamento que tratam sobre o enfrentamento da violência contra animais, valorização das espécies regionais, preservação ambiental, redução do lixo, entre outras disposições.

Entre essas proposições, estão os Projetos de Lei 289/2024 e 290/2024, ambos de autoria do deputado Junior Mochi (MDB). A primeira proposta institui a arara-azul como ave símbolo de Mato Grosso do Sul e a segunda torna o tuiuiú a ave símbolo do Pantanal sul-mato-grossense.

Também tramita na ALEMS o  Projeto de Lei 293/2024, proposto pelo deputado Lucas de Lima (sem partido) e que proíbe o acorrentamento e o confinamento de cães e gatos em locais e condições impróprias. Outra matéria em tramitação é o Projeto de Lei 203/2024, do deputado Lidio Lopes (Patriota), que dispõe sobre a implantação de pontos de travessia de animais silvestres por, sob ou sobre as estradas, rodovias e ferrovias, em todo o território estadual.

Como exemplo de propostas ambientais, também estão os Projetos de Lei 136/2024 e 156/2024. O primeiro, de autoria da deputada Mara Caseiro (PSDB), estabelece diretrizes para implantação do Programa Lixo Zero em Mato Grosso do Sul. Já o segundo, proposto pelo deputado Gerson Claro (PP), institui o Programa Adote uma Nascente, que visa à preservação de nascentes e à recuperação das que estão em áreas degradadas.

Livros infantis


Página do livro “Memórias de um Ipê Amarelo” 

(Arte: Luciana Kawassaki)

Além dessas e outras iniciativas, a ALEMS, por meio da Comunicação Institucional, também desenvolve um produto que ajuda na construção da consciência ecológica. Trata-se da coleção “Cidadania é o Bicho”, que usa animais do Pantanal como personagens para tratar de várias temáticas ligadas a direitos humanos e democracia.

A preocupação com a natureza sul-mato-grossense é enfatizada, de modo direto, em um dos livros: o “Memórias de um Ipê Amarelo: A história de uma amizade nutrida pela preservação ambiental”, escrito pelas jornalistas Fernanda Kintschner e Gláucia Jandre. O livro narra a história de um resistente ipê e de um corajoso beija-flor, que estimulam a bicharada pantaneira na luta contra as queimadas.

Serviço

Para saber mais sobre as atividades legislativas na defesa do meio ambiente, acesse a página multimídia “ALEMS Sustentável” e as seções de projetos e proposições, das comissões e das frentes parlamentares. Há, na ALEMS, três comissões permanentes e cinco frentes parlamentares que tratam, diretamente, de questões ambientais.

Veja a relação de comissões e frentes parlamentares ligadas ao meio ambiente:

Comissões

Comissão de Agricultura, Pecuária e Políticas Rural, Agrária e Pesqueira

Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável

Comissão de Desenvolvimento Agrário, Assuntos Indígenas e Quilombolas

Frentes parlamentares

Frente Parlamentar em Defesa da Cadeia Produtiva da Pesca

Frente Parlamentar em Defesa dos Animais

Frente Parlamentar de Recursos Hídricos

Frente Parlamentar para o Desenvolvimento das Unidades de Conservação

Frente Parlamentar das Energias Renováveis

Fonte: Assembleia Legislativa de MS

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